06 janeiro 2011

Livro: Admirável Mundo Novo

Ganhei o livro Admirável Mundo Novo há tempos, junto com mais outros clássicos, de um amigo. O livro do autor inglês Aldous Huxley ficou empoeirando na minha estante, até que em uma de minhas buscas por qualquer coisa pra ler, o encontrei novamente!

É um daqueles livros que consideram avançados para a época, já que foi escrito em 1932 e o enredo se passa no "futuro" - mas que é uma crítica ao mundo atual. Num futuro onde é possível criar seres humanos homogêneos em máquinas, a hipnotizá-los durante o sono e a condicioná-los para que desempenhem com perfeição os seus papéis na sociedade, para que internalizem determinados valores como "reproduzir é algo promíscuo", "não vale a pena remendar roupas, e sim comprar novas" (para que assim o capital continue circulando), "a morte é algo natural, não adianta se lamentar" e "todos são de todos e não existe família", e para que não questionem todo o sistema. Além disso, existe o soma, uma espécie de droga que evita todo o tipo de sofrimento e traz a felicidade.

No entanto, Bernard, a personagem principal do livro, se questiona a respeito de algumas coisas, e é visto pela sociedade como "o estranho" - até justificam que ele é assim porque, durante a sua "concepção", colocaram muito álcool em seu pseudo-sangue!
Bernard, em sua curiosidade, resolve visitar uma reserva de selvagens, que é habitada por pessoas que continuam se reproduzindo, possuem famílias, se apaixonam e praticam suas crenças. Durante a visita, conhece John, filho de Linda, uma mulher que foi criada no Mundo Novo mas esquecida na reserva. Linda contava para John a respeito das maravilhas que é o Mundo Novo, e este sempre teve muita vontade de conhecê-lo por causa disso. Bernard, na volta, leva Linda e John com ele, que percebe que o mundo não é tão maravilhoso como imaginava.


Milhares de bebês iguais são reproduzidos em máquinas

O livro conseguiu me prender até a metade, mas confesso que depois ficou um pouco cansativo, apesar de a leitura não ser tão rebuscada.
Porém achei a obra bem interessante, especialmente porque o autor é bastante discreto e não aponta abertamente o que é certo ou errado, mas faz você pensar e levantar algumas perguntas, como: Será que vale a pena evitar os sofrimentos e fugir da realidade para ser feliz? É justo condicionar os seres humanos para não questionarem o sistema? A nossa sociedade é muito diferente do Mundo Novo?
O autor faz referência também à Karl Marx e Henry Ford - este último bastante influente na época em que o livro foi escrito. No decorrer da leitura, você vai percebendo que a obra faz uma crítica ao Fordismo.

Mesmo o livro tendo sido um pouco cansativo pra mim, indico a leitura pela mensagem da obra. Pra mim valeu! =)

Mais
Através de buscas no Google, encontrei uma matéria chamada Inevitável Mundo Novo?. Indico a leitura mesmo para quem ainda não leu o livro, que é bem interessante! =)

Um comentário:

  1. Eu mesmo só consegui ter coragem pra terminar de ler depois de assistir o filme q foi baseado no livro.
    E até pq, pra mim, depois de um certo tempo, já virou "mais do mesmo". Todo mundo já criticou e filosofou sobre a vida e nossa sociedade...mas o problema mesmo é q ninguém dá a resposta =P

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