04 maio 2006

Tribos e De repente é amor

Tribo, ao que entendo, é um grupo social definido. Góticos, pagodeiros e skatistas são alguns exemplos de tribos. São grupos de pessoas com características ou opiniões muito parecidas.

Eu achava o maior barato andar com pessoas de opinião muito parecida com a minha. Em especial, de pessoas que gostassem do mesmo estilo musical que eu gostava.
Me sentia tão empolgada quando descobria que alguém gostava de heavy metal, alguém que eu menos esperava. Trocávamos informações, discutíamos sobre o assunto - muitas vezes esse era o único assunto das nossas conversas - , cantávamos juntas. Eu achava que a tal pessoa era muito parecida comigo apenas por causa do gosto musical em comum. Mas e aí? E quando eu precisasse de ajuda pra prova de biologia? E quando eu precisasse de conselhos amorosos? E quando eu precisasse de um ombro pra chorar? Será que aquela seria a pessoa indicada para tais tarefas ou ela ia começar a cantar pra me consolar?

É muito bom descobrir que alguém tem algum gosto ou características parecidas com as suas; mas é melhor ainda discutir com pessoas que não pensam da mesma forma que você. Mas é claro que você tem que possuir uma cabeça aberta para novas idéias, assim como essa outra pessoa, aceitando as opiniões adversas e colocando a sua com total respeito, sem ferir alguém. Assim cada um pode tentar absorver um pouquinho do outro.

Pessoas que andam em tribos geralmente são preconceituosas. Querem um exemplo? Rockeiros vs Pagodeiros. Por que todo esse ódio? Só por causa dos estilos musicais que não se "batem"? Por causa do modo de se vestir? - uns usando as mesmas roupas todos os dias e os outros com cabelinhos oxigenados e óculos na testa. Pessoas, todos nós moramos num mesmo planeta, mas parecem que alguns moram em planetas diferentes.
Entendam que estilo musical não define um ser humano. Você não pode odiar alguém só por que seus estilos musicais não se combinam.
Ás vezes pode até definir, dependendo da obsessão da pessoa pelo estilo. Difícil pra entender? Bom, lá vai um exemplo: Existia um garotinho que amava seus pais e seu cachorro. Conheceu um estilo musical e gostou. Dentre as muitas bandas que se encaixavam nesse estilo, uma delas, através das letras de suas músicas, dizia que a escuridão é demais, o mal reina sobre a Terra, devemos odiar todos por que todos nos odeiam e comer cachorro frito é bom. O garotinho, para dar uma de "fiel" áquele estilo musical, começou a andar somente de preto, matou os pais e comeu o cachorro (literalmente).
Mas nem todas as pessoas são assim, obcecadas. Portanto não devemos generalizar; "quem gosta de rap é maloqueiro", "todo corinthiano é bandido", "patricinhas são frescas". Pratique o respeito para ser respeitado também!

Geralmente algumas pessoas procuram tribos apenas para chamar a atenção, para serem "diferentes". É engraçado por que de tão diferentes que querem ser, acabam sendo iguais. Quer ser diferente? Então conviva com pessoas de opiniões e características diferentes e absorva apenas o que você achar de bom nelas!

Pessoas que andam em tribos vivem só em um mundinho; um mundinho criado por elas. Os intitulados otakus - aqueles caras que gostam de desenho japonês -, por exemplo, olham o mundo como se ele fosse um desenho. Pulam, falam diversas palavras em japonês que quase ninguém entende (a gente tá no Brasil, mané!) e passam o dia ouvindo j-pop e assistindo anime - isso quando não estão discutindo essas mesmas coisas com os amiguinhos. É legal, é divertido? Para alguns, claro que é! Mas isso não pode virar costume. Tudo tem a sua hora, o seu momento.
Alguns podem justificar que vivem dessa forma para serem feliz. Sim, faz sentido. Mas não são todas as pessoas no mundo que pensam assim como você, então temos que ser flexíveis para lidar com todos os outros tipos.
"Ah, se todos pensassem igual á mim o mundo seria muito melhor!". Não, o mundo não seria melhor; seria tediante, seria previsível. O mundo seria melhor se cada um respeitasse e aceitasse o outro do jeito que é.

De repente é amor
Estava tão empolgada pra assistir esse filme, pelo que tinham me falado. Então aluguei ontem e assisti junto com Marcelo, Danilo, André e Dalua.
Achei muito parado, sem emoção e não me rendeu muitas risadas, mas tem umas cenas muito bonitinhas.
Ás vezes paro pra pensar qual seria a definição do amor. Nesse filme mostra que o amor aparece quando a gente menos espera e pra ele se desenvolver não precisa necessariamente viver diversas cenas românticas (coisas como um jantar á luz de vela ou presentear a amada com um buquê de flores). Alguns dizem que o amor aparece para pessoas que tem gostos em comum. Outros defendem a idéia de que os opostos se atraem.
Acho que varia muito de pessoa pra pessoa. Eu, por exemplo, acredito que o amor se desenvolve com o tempo de convívio; a gente ama nossos pais por causa do convívio. Não escolhemos eles, mas amamos mesmo assim. E não precisa ter gostos em comum para se dar bem; no meu caso, exijo respeito e alguém com a cabeça aberta para aceitar minhas idéias. E alguém sem preconceitos, sem querer me mudar e me aceitar do jeito que sou - mas caso algo esteja incomodando, não evitar de falar só para ser "legal". A conversa é fundamental.
Mas creio que a minha definição do que é o amor ainda é muito vaga..

Mais
Ouvindo: Dream Theater - The root of all evil.
Estou: No estágio.
Pensando: "Compro ou não um novo violão?"
Sentindo: Frio.
Teclando: Ninguém.
Querendo: Pão-de-mel.
Lendo atualmente: O menino do dedo verde - Maurice Druon.
Visitando: Nadinha.

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